BREVE RESUMO DE HISTÓRIA GERAL


O que se segue é um breve resumo da História Geral, indo das civilizações antigas do ocidente e oriente, passando pela Idade Média e depois pela Idade Moderna, chegando até a Idade Contemporânea com as guerras mundiais, a guerra fria, a dissolução da União Soviética e o predomínio do Capitalismo. Foi usado como referência básica o Minimanual Compacto de História Geral de Carlos Alberto Schneeberger. 



I. IDADE ANTIGA (4000a.C. - 476d.C.) 

Ao tratar da Antiguidade, podemos começar pela civilização egípcia. O Egito foi, a princípio, ocupado por povos nômades africanos que teriam atravessado a região do Sinai e se instalado no delta do rio Nilo. O Egito antigo foi governado por trinta dinastias ao longe de quase três mil anos. No século VII a.C., o Egito foi invadido pelos assírios, dominado pelos persas em 525 a.C. e depois pelos gregos com Alexandre, o Grande, em 332 a.c. 
A história do Egito Antigo envolve quatro períodos: (i) período pré-dinástico (antes de 3200a.C.): fundação das primeiras comunidades em torno do Nilo que formaram dois renos – reino do norte (Baixo Egito) e reino do sul (Alto Egito) – que depois foi unificado por Menés, rei do reino do Sul; (ii) Antigo Império (3200 a 2300a.c.): marcado pela construção das famosas pirâmides de Queóps, Quéfrem e Miquerinos e pela existência de uma nobreza fundiária que apoiava o faraó; (iii) Médio Império (2300 – 1750a.C.): marcado pela expansão da produção agrícola; (iv) Novo Império (1750 a 524a.C.): marcado por guerras que visavam a expansão territorial. É importante citar na história do Egito, Aquenatón (‎1352 a 1336 a.C), que em seu governo realizou uma reforma monoteísta. 
Também é importante citar a civilização mesopotâmia, que se estabeleceu na região do oriente médio atraída pelas facilidades para a prática agrícola. Há dois períodos na história política da mesopotâmia: (i) primeiro período babilônico (4000 a 1275a.C.): marcado pela fundação de cidades como Lagash, Ur, Uruk e a primitiva Babilônia; (ii) período assírio (1275 – 538 a.C.): inclui os períodos de domínio da caldeia (612 a 538 a.C.) e o segundo período Babilônico, sob o reinado de Nabucodonosor (604 a 591 a.C.). 
Pode-se ainda citar, na Idade Antiga, a civilização hindu, que viveu na Índia primitiva, a civilização chinesa, que se desenvolveu nas planícies banhadas pelos grandes rios, aproveitando as possibilidades agrícolas, sendo o arroz o principal cultivo; as civilizações mediterrâneas orientais, dentre as quais se pode citar os fenícios, que se dedicavam principalmente ao comércio no Mediterrânio oriental; os hebreus, que se estabeleceram na palestina, indo de um sistema tribal governado por juízes a um sistema monárquico que depois se dividiu em dois reinos (reino do Sul - Judá - e reino do Norte - Israel), o reino do norte foi conquistado pelos assírios em 720 a.C. e o do Sul pelos babilônicos em 586a.c., o cativeiro dos judeus na babilônia terminou em 539a.C. quando o rei persa Ciro conquistou a Babilônia e permitiu que os judeus retornassem à sua terra.  
Na Antiguidade Ocidental, merece especial consideração o mundo grego, cuja história se divide em quatro períodos: (i) período homérico (antes do século VIIIa.C.): conhecido pelas obras de Homero e pelos estudos arqueológicos; (ii) período arcaico (séculos VII e VIa.C.): marcado pela formação das cidades-estados; (iii) período clássico (século V a.C.): marcado por grandes guerras, especialmente contra os persas; (iv) período helenístico (século IV e IIIa.C.): cuja cultura surgiu da fusão do pensamento grego e oriental, responsável por uma notável evolução intelectual.  
O último povo antigo a ser considerado é a civilização romana, fundada, segundo uma lenda, em 753 a.C, por Rômulo e Remo. Sua história pode ser dividida em: (i) Roma monárquica (753 a 509 a.C.): só os patrícios, que constituíam a aristocracia da Roma Antiga, tinham direitos políticos, eles administravam a cidade por meio dos chefes das famílias (gens ou clãs), que se reuniam no conselho dos anciãos ou senado e aprovavam leis aplicadas pelo rei; (ii) Roma republicana (509 – 27a.C.): instituída pelos patrícios, tratava-se de uma república aristocrática, o Senado era o órgão máximo que decidia pela paz e guerra, controlava a arrecadação e as despesas do Estado, elaborava as leis e as fazia executar por meio de magistrados; (iii) Roma Imperial (27 – 476 d.C.): teve início com a aclamação de Augusto como imperador, nesse período, Roma conheceu o apogeu de sua civilização, transformada também em capital intelectual e com uma elite helenizada; em 491, o imperador Teodósio oficializou o Cristianismo como religião do Império.  

II. IDADE MÉDIA (476 – 1453) 

Em 476d.C., Roma Ocidental foi conquistada pelos germanos. Na Europa ocidental dominada pelos germanos, houve a predominância de três grupos, os visigodos, na península ibérica; os ostrogodos, na Itália e os francos, na Gália.  
No século XI, a região do Oriente Médio foi conquistada pelos turcos muçulmanos, a Igreja Católica, então, realizou movimentos contra os muçulmanos, conhecidas como cruzadas. Além das cruzadas populares, a Igreja organizou oito cruzadas oficiais entre os séculos XI e XIII. A sociedade na Idade Média estava organizada em torno do sistema feudal, caracterizado pela propriedade da terra, cedida pelo senhor feudal ao vassalo em troca de serviços mútuos  
Embora a parte ocidental tenha sido dominada pelos germanos, a parte oriental do Império Romano sobreviveu, passando a ser chamada de Império Bizantino, com capital em Constantinopla. Constantinopla foi conquistada em 1453 pelos turcos muçulmanos marcando o fim da Idade Média. 

III. IDADE MODERNA (1453 – 1789) 

Com o fim da Idade Média, o sistema feudal entrou em crise culminado no surgimento e ascensão da burguesia. A Idade Moderna iniciou-se marcada pela expansão marítima e comercial europeia, que teve Portugal como pioneiro, mas que depois envolveu também a Espanha, a Inglaterra, a França e a Holanda. O início da Idade Moderna também foi marcado por um Renascimento Cultural, caracterizado por um desenvolvimento literário, artístico e científico.  A religião também passou por transformações com a Reforma Protestante, de Lutero e Calvino, e a reforma católica ou contrarreforma. Estado, na modernidade, assentava-se em três elementos básicos: o absolutismo monárquico (marcado pela autoridade absoluta e centralizada dos monarcas), o mercantilismo (economia marcada pela acumulação de metais preciosas e altamente regulada pelo Estado) e o colonialismo (domínio sobre terras coloniais, consideradas patrimônio real).  
Na Inglaterra, o absolutismo atingiu o apogeu com a ascensão de Henrique VIII (1509 – 1553) ao trono, que rompeu com a Igreja Católica Romana, criando uma Igreja Nacional, a Igreja Anglicana. A imposição forçada do anglicanismo, resultou numa grande emigração de ingleses, como os puritanos (calvinistas) que partiram para América, onde se formaram as treze colônias inglesas que alcançaram sua independência em 1776. Oliver Cromwell (1599 – 1658), um chefe militar puritano, implantou na Inglaterra uma ditadura pessoal com o apoio do exército e da burguesia comercial, com a morte de Cromwell a monarquia absolutista foi restaurada na Inglaterra. Em 1685, o rei James II buscou restabelecer o catolicismo na Inglaterra, o que gerou conflito com o parlamento que era protestante, o Parlamento então passou a conspirar para depô-lo, as manobras do parlamento para depor James II ficaram conhecidas como Revolução Gloriosa, que fez triunfar a monarquia parlamentar. A Inglaterra foi também a pioneira na Revolução Industrial, que levou ao desenvolvimento tecnológico e à urbanização crescente nas sociedades capitalistas.  
Na França, o absolutismo alcançou maior importância. O rei Luís XIV, conhecido como o “Rei Sol”, estabeleceu uma centralização notável do poder, controlando amplamente o Estado. Luíz XIV foi rei da França de 1654 a 1715, durante seu governo, a grande nobreza foi politicamente neutralizada, os altos postos governamentais eram geralmente ocupados por membros da alta burguesia e buscou-se alcançar a unidade nacional em torno de “um rei, uma lei, uma fé”.  
Muitos pensadores criticaram o absolutismo político, a sociedade estamental e a economia mercantilista. Esse pensamento crítico marcou o chamado Iluminismo. Os principais expoentes do Iluminismo foram John Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau. O Iluminismo influenciou muitos governantes europeus na segunda metade do século XVIII, o que possibilitou uma humanização da justiça com a reforma dos códigos penais, a criação de tribunais e a garantia de defesa. Em vários países a escravidão foi abolida, a tortura nas prisões foi desestimulada, procurou-se estabelecer igualdade de direitos e deveres e vários governantes aplicaram políticas de assistência social e de educação do povo. 

IV. IDADE CONTEMPORÂNEA (1789 –) 

A idade contemporânea inicia-se com a chamada Revolução Francesa, que causou profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, além de tornar a burguesia a classe dominante. As causas principais da Revolução Francesa foram a sobrevivência de instituições políticas e jurídicas arcaicas, a persistência do sistema absolutista e dos privilégios socioeconômicos e a incompetência administrativa do rei Luís XVI. Em 1789, foi realizado um ataque à fortaleza-prisão da Bastilha, símbolo do absolutismo, A Primeira República Francesa foi proclamada em setembro de 1792 e o rei Luís XVI foi executado no ano seguinte. 
Em 9 de Novembro de 1799, conhecido como “18 de Brumário”, o general Napoleão Bonaparte assumiu o poder na França. O período napoleônico (1799 – 1815) propiciou a consolidação da alta burguesia no poder, uma comissão redigiu o Código Civil assentado na igualdade de todos perante a lei e na proteção da propriedade privada, o Senado aprovou uma lei que declarava Napoleão imperador, foram realizadas reformas econômicas liberais a favor da burguesia e Napoleão realizou uma guerra econômica que visava liquidar com a preponderância industrial britânica, fez isso por meio do Bloqueio Continental em 1806 que obrigou as nações europeias e suas colônias a não comerciar com a Inglaterra com o risco de serem invadidas pelas tropas francesas. Nessa época, a administração portuguesa, cujo regente era D. João VI, refugiou-se no Brasil. Em 1815, tropas britânicas e prussianas derrotaram os franceses, Napoleão foi preso pelos ingleses e foi confinado na ilha de Santa helena, na costa africana, onde morreu. Nesta época, ocorreram também a independência das colônias espanholas na América. 
Com a derrota de Napoleão, o Congresso de Viena (1815) na Alemanha agrupou os Estados germânicos na Confederação Germânica, um estado federativo sob a liderança da Áustria, tornando assim possível a unificação política da Alemanha. Ao longo do século XIX, na América, os Estados Unidos se transformavam em uma nova potência mundial. O século XIX foi marcado pelo imperialismo ou neocolonialismo baseado na ideia de superioridade racial do homem branco e europeu sobre os povos africanos e asiáticos. Como corolário do seu imperialismo, os Estados Unidos consolidaram sua hegemonia na América Latina. 
O choque dos imperialismos europeus na disputa do norte da África culminou na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), tendo de um lado os aliados (Sérvia, Rússia, França, Bélgica, Grã-Bretanha, Japão, Itália, Romênia, EUA, Brasil etc.) que lutaram contra os Impérios Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria, Turquia e Bulgária). Os aliados venceram a guerra, a Alemanha foi tida como a grande culpada pela Guerra, tendo sido obrigada a assinar o Tratado de Versalhes que a fez perder importantes territórios.  
O fim da Primeira Guerra Mundial está ligado ao início da Segunda Guerra Mundial (1939 -1945), pois as perdas territoriais alemãs iriam servir de justificativa para o expansionismo nazista. A Segunda Guerra mundial foi um conflito entre as democracias liberais e os regimes nazifascistas. Os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (França, Inglaterra, EUA e União Soviética) constituíram as alianças formadas na Segunda Guerra. As forças do eixo foram derrotadas, os nazistas foram vencidos na União Soviética e o lançamento de uma bomba atômica americana no Japão levou ao fim da Segunda Guerra. 

 Depois da Segunda Guerra, o mundo se dividiu em dois blocos: os comunistas (aliados da União Soviética) e os capitalistas (aliados ao Estados Unidos), essa disputa ficou conhecida como “guerra fria”, que levou ao surgimento de países socialistas como Cuba e Coreia do Norte, bem como de ditaduras militares anticomunistas, como a ditadura-civil militar no Brasil. No começo da década de 1980, a União Soviética entrou em crise e foi dissolvida em 1991. Com o desaparecimento da URSS, os demais países do Leste europeu abandonaram o modelo socialista para ingressar numa economia capitalista. Os Estados Unidos e a União Europeia se tornaram as grandes potências do mundo capitalista e o comunismo só continuou existindo em alguns poucos países que ficaram praticamente isolados do resto do mundo.  



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