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O QUE É A SOCIOLOGIA? - ANTHONY GIDDENS


O que se segue é um resumo do capítulo O que é a Sociologia do livro Sociologia do sociólogo britânico Anthony Giddens. Neste capítulo, Giddens considera a sociologia e sua importância prática, apresentando seus principais fundadores e abordagens teóricas. É importante colocar que este resumo é apenas uma apresentação do texto original de forma compactada, sem paráfrases ou resenhas críticas. A ideia é de que o texto permaneça do autor original.  
Sociologia é o estudo da vida social humana, grupos e sociedades. A imaginação sociológica permite-nos ver que muitos dos fenômenos, que parecem dizer respeito apenas ao indivíduo, na verdade, refletem questões mais amplas. A Sociologia tem muitas implicações práticas para as nossas vidas, entre elas, podemos citar: (i) consciência de diferentes culturas: a Sociologia permite que olhemos para o mundo social a partir de muitos pontos de vista; (ii) avaliação dos efeitos das políticas: a pesquisa sociológica fornece uma ajuda prática na avaliação dos resultados de iniciativas políticas; (iii) autoconscientização: a Sociologia pode permitir-nos uma autocompreensão cada vez maior. 
Os primeiros teóricos da Sociologia foram:  
(i) Auguste Comte: via a Sociologia como uma ciência positiva, acreditava que a disciplina devia aplicar ao estudo da sociedade os mesmos métodos científicos e rigorosos que a Física ou a Química usam para estudar o mundo físico, ele propôs a teoria de que as tentativas humanas de compreender o mundo passavam por três estágios: teológico (em que a sociedade era vista em termos sobrenaturais), metafísico (em que a sociedade passa a ser vista em termos naturais) e positivo (em que há a aplicação de técnicas científicas ao mundo social). 
(ii) Émile Durkheim: via a Sociologia como uma nova ciência que podia ser usada para elucidar questões filosóficas tradicionais, examinando-as de modo empírico, seu princípio básico era o de que a Sociologia deveria estudar os fatos sociais como coisas; Durkheim fez uma análise sobre o suicídio e identificou quatro tipos de suicídio: o suicídio egoísta (caracteriza-se por uma fraca integração na sociedade e ocorre quando o indivíduo está sozinho ou quando os laços que o prendem a um grupo estão enfraquecidos ou quebrados); suicídio anômico (causado por uma ausência de regulação social), suicídio altruísta (tem lugar quando um indivíduo se encontra excessivamente integrado e valoriza mais a sociedade do que a si próprio) e o suicídio fatalista (este se verifica quando um indivíduo se encontra excessivamente regulado pela sociedade de modo que a opressão do indivíduo traduz-se num sentimento de impotência perante o destino ou a sociedade). 
(iii) Karl Marx: teve como preocupação relacionar os problemas econômicos com as instituições sociais; segundo Marx, o capitalismo é inerentemente um sistema de classes, sendo as relações entre as classes caracterizadas pelo conflito; ele tinha uma concepção materialista da história, segundo a qual a mudança social é promovida acima de tudo por fatores econômicos; Marx acreditava na inevitabilidade de uma revolução da classe trabalhadora que derrubaria o sistema capitalista e abriria portas a uma nova sociedade onde não existissem classes - sem grandes divisões entre ricos e pobres. 
(iv) Max Weber: tentou compreender a natureza e as causas da mudança social; ele defendia que a Sociologia devia centrar-se na ação social, e não nas estruturas; ele entendia que as estruturas da sociedade eram formadas por uma complexa rede de ações recíprocas e que tarefa da Sociologia era procurar entender o sentido por detrás destas ações. 
(v) Harriet Martineau: defendia que quando alguém estuda uma sociedade deve centrar-se em todos os seus aspectos, incluindo as principais instituições políticas, religiosas ou sociais; insistia em que a análise de uma sociedade deve incluir a vida das mulheres; foi a primeira a olhar de uma forma sociológica para assuntos anteriormente ignorados, como o casamento, as crianças, a vida pessoal e religiosa, e a s relações raciais e defendia que os sociólogos não devem limitar-se apenas a observar, mas devem igualmente agir em prol de uma sociedade. 
Podemos observar no desenvolvimento do pensamento sociológico três grandes importantes abordagens teóricas recentes: 
(i) Funcionalismo: defende que a sociedade é um sistema complexo cujas partes se conjugam para garantir estabilidade e solidariedade. Segundo esta perspectiva, a Sociologia, enquanto disciplina, deve investigar o relacionamento das partes da sociedade entre si e para com a sociedade enquanto um todo; o funcionalismo enfatiza a importância do consenso moral para a manutenção da ordem e da estabilidade na sociedade. 
(ii) Perspectiva do Conflito: defende um “modelo” abrangente para explicar a forma como a sociedade funciona, essa abordagem sublinha a importância das divisões na sociedade, ao fazê-lo, centram a análise em questões de poder, na desigualdade e na luta; os teóricos do conflito tendem a ver a sociedade como algo que é composto por diferentes grupos que lutam pelos seus próprios interesses; analisam as tensões existentes entre grupos dominantes e desfavorecidos da sociedade, procurando compreender como se estabelecem e perpetuam as relações de controle. 
(iii) Interacionismo Simbólico: nasce de uma preocupação com a linguagem e o sentido; dirige a nossa atenção para os detalhes da interação interpessoal, e para a forma como esses detalhes são usados para conferir sentido ao que os outros dizem e fazem; os sociólogos influenciados por esta corrente teórica centram muitas vezes a sua atenção na interação face-a-face e nos contextos da vida quotidiana, realçando a importância do papel dessas interações na criação da sociedade e das suas instituições. 

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Bruno dos Santos Queiroz

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