ARGUMENTOS ATANASIANOS E VITORINOS A FAVOR DA TRINDADE
ARGUMENTOS ATANASIANOS
ARGUMENTO
METAFÍSICO
1. Deus
é Imutável em sua natureza (isto é: sempre foi e será o que é)
2. Deus
é por natureza o Pai do Filho.
3. Logo,
o Pai sempre foi, é e será Pai do Filho (por implicação: O Filho é eterno)
ARGUMENTO
SOTERIOLÓGICO
1. Somente
Deus pode salvar.
2. O
Filho salva.
3. Logo,
o Filho é Deus.
ARGUMENTO
REVELACIONAL
1. Apenas
Deus pode revelar Deus de maneira perfeita.
2. O
Filho é a verdadeira revelação de Deus
3. Logo,
o Filho é Deus.
As conclusão dos argumentos atanasianos
de que o Filho é o Deus Eterno e Salvador, exige que a Divindade do Filho seja considerada
em sentido absoluto, assim como se considera o termo “Deus” em relação ao Pai. Desse modo, esses argumentos têm como propósito fundamentar a crença na
consubstancialidade (homoousis) do Pai e do Filho.
ARGUMENTOS VITORINOS
ARGUMENTO DO PRINCÍPIO DO AMOR
1. Para
o amor existir é necessário haver pelo menos duas pessoas que se amam.
2. Aquele
que é amado deseja que alguém mais possa ser amado.
3. Logo,
a mais excelente forma de amor exige uma terceira pessoa.
ARGUMENTO DO PRINCÍPIO DO AMOR A
FAVOR DA TRINDADE
1. Conforme
demonstrado no argumento acima, a mais excelente forma de amor exige uma
terceira pessoa.
2. Deus
é a expressão suprema do amor perfeito.
3. Logo,
Deus precisa ser uma Trindade (Três Pessoas)
ARGUMENTO DO PRINCÍPIO DO AMOR
CONTRA A QUATERNIDADE
1. Existem
quatro possibilidades em relação a dar/não dar e receber/não receber amor: (i)
dar e receber; (ii) dar e não receber; (iii) não dar e receber; (iv)não dar nem
receber.
2. Uma
pessoa que não dá nem recebe amor (iv) não pode compartilhar do amor perfeito.
3. Logo,
Deus não pode ser uma quaternidade que inclua (iv), mas somente uma Trindade de
amor entre (i), (ii) e (iii).
Os
argumentos vitorinos apresentam a Trindade divina como a expressão da forma
mais suprema de amor. O amor intertrinitário se dá entre o Pai que dá, mas não
recebe amor, sendo plenamente gracioso; o Filho que dá e recebe amor, sendo
plenamente gracioso e grato e; o Espírito Santo que não dá, mas recebe amor,
sendo plenamente grato. O Pai é a plenitude do amor gracioso, o Filho é a plenitude do amor grato e gracioso e o Espírito Santo é a plenitude do amor grato. Ou seja, somente a Trindade apresenta um fundamento metafísico para as três formas possíveis de compartilhar amor. Isso pode ser melhor visualizado no quadro abaixo:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fé ortodoxa nos obriga a confessar a
consubstancialidade (homoousis) do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A
substância, natureza, essência ou o “ser” indivisível da Divindade está
presente de maneira plena e inteira em cada uma das pessoas divinas. Na medida em que somente a Trindade constitui
o modelo mais excelente e supremo de amor, somente a crença no Deus Triúno é
capaz de fornecer um fundamento ontológico último para todas as relações
intersubjetivas de amor que existem no mundo.
FONTE:
SILVA, André de Aloísio
de Oliveira da. A Trindade Imanente: Unidade de essência e diversidade de
pessoas como igualmente fundamentais em Deus. Teresinha: Seminário Teológico do
Nordeste Memorial Igreja Presbiteriana da Coreia – Monografia, 2014.
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