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SEIS LIÇÕES - LUDWIG VON MISES (RESUMO)

O que se segue é um resumo do livro Seis Lições que reúne seis palestras proferidas pelo economista austríaco Ludwig von Mises em 1959 na Argentina. A primeira palestra trata do surgimento do Capitalismo e seus benefícios; a segunda considera como o socialismo se opõe à liberdade econômica; a terceira discute o intervencionismo e os males das interferências do Estado na economia; a quarta palestra traz a problemática da inflação e a importância de superá-la por um orçamento equilibrado do Estado; a quinta palestra tem como tema o investimento externo e faz uma crítica ao protecionismo; a sexta e última palestra mostra a importância das ideias na determinação de políticas econômicas. É importante colocar que este resumo é apenas uma apresentação do texto original de forma compactada, sem paráfrases ou resenhas críticas. A ideia é de que o texto permaneça do autor original. 

 

I. PRIMEIRA LIÇÃO: O CAPITALISMO 

 

Antes do advento do capitalismo, o status social de uma pessoa permanecia inalterado do princípio ao fim de sua existência: era herdado dos seus ancestrais e nunca mudava. Nascer pobre significa morrer pobre, nascer rico significava ser rico para sempre. Antes do capitalismo surgir havia um mundo de grave miséria. Foi dessa grave situação social que emergiram os começos do capitalismo moderno. Dentre os miseráveis, surgiram pessoas que tentaram organizar grupos para estabelecer pequenos negócios, capazes de produzir alguma coisa. Surgiu, assim, a produção em massa, para satisfazer às necessidades das massas. 

O desenvolvimento do capitalismo consiste em que cada indivíduo tem o direito de servir melhor e/ou mais barato o seu cliente. E, num tempo relativamente curto, esse princípio, transformou a face do mundo, possibilitando um crescimento sem precedentes da população mundial. 

Apesar dos benefícios que o capitalismo trouxe, ele tem sido duramente criticado, como vemos pela crítica dos marxistas. Mas foi o capitalismo que melhorou as condições gerais de vida. Nos países capitalistas, há relativamente pouca diferença entre a vida básica das chamadas classes mais altas e a das mais baixas: ambas têm alimento, roupas e abrigo. 

 

II. SEGUNDA LIÇÃO: O SOCIALISMO 

 

A economia de mercado é uma economia livre, isto é, um modo de produção marcado pela liberdade econômica. Liberdade econômica significa que é dado às pessoas que a possuem o poder de escolher o próprio modo de se integrar ao conjunto da sociedade. A pessoa tem o direito de escolher sua carreira, tem liberdade para fazer o que quer.  

No modo de produção socialista não existe liberdade econômica, isso significa que as carreiras são decididas por decreto do Estado. O sistema socialista proíbe a liberdade fundamental que é a escolha da própria carreira. Nas condições socialistas há uma única autoridade econômica, e esta detém o poder de determinar todas as questões atinentes à produção. Um sinônimo de socialismo e comunismo é “planejamento”. Quando falam de “planejamento”, as pessoas se referem, evidentemente, a um planejamento central, o que significa um plano único, feito pelo Estado, um plano que impede todo planejamento feito por outra pessoa. 

 

III. TERCEIRA LIÇÃO: O INTERVENCIONISMO 

 

O Estado tem o dever de proteger as pessoas dentro do país contra as investidas violentas e fraudulentas de bandidos, bem como de defender o país contra inimigos externos. São estas as funções do governo num sistema livre, no sistema da economia de mercado. No socialismo, o Estado é totalitário, nada escapando à sua esfera e sua jurisdição. Mas na economia de mercado, a principal incumbência do Estado é proteger o funcionamento harmônico desta economia contra a fraude ou a violência, originadas dentro ou fora do país. 

A maior parte dos países não possuem uma economia livre, mas uma economia mista. A economia é mista consiste em que determinadas empresas são de posse do Estado, sendo administradas por ele. O Estado, ao dirigir essas empresas, no entanto, permanece subordinado à supremacia do mercado.  

A economia mista foi citada aqui para que possamos distingui-la do intervencionismo. O intervencionismo significa a não restrição, por parte do Estado, de sua atividade, em relação à preservação da ordem e em relação à “produção da segurança”, de modo que o Estado busca interferir nos fenômenos do mercado. O intervencionismo significa que o Estado não somente fracassa em proteger o funcionamento harmonioso da economia de mercado, como também interfere em vários fenômenos de mercado: interfere nos preços, nos padrões salariais, nas taxas de juro e de lucro. Esse tipo de interferência gera escassez e pobreza. 

 

IV. QUARTA LIÇÃO: A INFLAÇÃO 

 

Sob condições inflacionárias, o povo se habitua a considerar o Estado uma instituição que tem recursos ilimitados à sua disposição: o Estado pode tudo. A inflação ocorre quando há um aumento na quantidade de dinheiro o que provoca o rebaixamento do poder de compra da unidade monetária. A inflação não é um desastre natural ou um acidente, mas uma política premeditada. Sendo uma política, ela pode ser superada por um orçamento equilibrado do governo. 

 

V. QUINTA LIÇÃO: INVESTIMENTO EXTERNO 

 

O investimento de capital no estrangeiro o constituiu-se num fator importante para o desenvolvimento de um país enquanto o protecionismo impede o desenvolvimento de um país. O protecionismo impede a importação de capital e a industrialização do país. A única maneira de fomentar a industrialização é dispor de mais capital. A industrialização é um requisito fundamental para que haja, no mundo, uma maior igualdade econômica é a industrialização. 

 

VI. SEXTA LIÇÃO: POLÍTICAS E IDEIAS 

 

O homem não é um ser que tenha, por um lado, uma dimensão econômica e, por outro, uma dimensão política, dissociadas uma da outra. Na verdade, aquilo a que comumente se dá o nome de deterioração da liberdade, do governo constitucional e das instituições representativas, nada mais é que a consequência da mudança radical das ideias políticas e econômicas. Os eventos políticos são a consequência inevitável da mudança das políticas econômicas. 

Tudo o que ocorre na sociedade de nossos dias é fruto de ideias, sejam elas boas, sejam elas más. Faz-se necessário combater as más ideias. Devemos lutar contra tudo o que não é bom na vida pública. Devemos substituir as ideias errôneas por outras melhores, devemos refutar as doutrinas que promovem a violência sindical. É nosso dever lutar contra o confisco da propriedade, o controle de preços, a inflação e contra tantos outros males que nos assolam. Ideias, e somente ideias, podem iluminar a escuridão. As boas ideias devem ser levadas às pessoas de tal modo que elas se convençam de que essas ideias são as corretas, e saibam quais são as errôneas. 

 


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