UM ENSAIO SOBRE O AMOR

Não sabemos mais o que é amor. Achamos que amor é um sentimento, um frio na barriga, o coração batendo mais forte, o estômago apertado etc. Confundimos, ainda, amor com ser carinhoso e afetuoso, com dar presentes, fazer um cafuné ou mandar mensagens fofas. De um lado, assim, exaltamos um sentimento romântico como sinônimo de amor. Por outro lado, parte de nós desistiu de acreditar no amor. Relacionamentos abertos e sexo sem compromisso se tornaram a marca de nossa geração. O amor é considerado o pivô de uma estrutura patriarcal e monogâmica. Por isso, Valeska Zanello fala do amor como um dispositivo de opressão das mulheres. Mas até que ponto também essa desistência do amor romântico não é o que Zygmunt Bauman denominou como modernidade líquida, na qual relações duradouras foram substituídas por contatos fluidos e fugazes? Parece que precisamos fazer uma defesa do amor.